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sexta-feira, 28 de junho de 2024

MENINA JUDIA VIOLADA NUM ATAQUE ANTISSEMITA NA FRANÇA

 “Monstruoso” e “indescritível” ataque antissemita contra umha menina de étnia judia na França. 

"Violada aos 12 anos por ser judia" manife de 20/6/2024 perante a Câmara Municipal de Paris

O antissemitismo está a dominar a campanha eleitoral das eleições legislativas na França após a violaçom dumha menina judia de 12 anos por putos de 13 anos. Com efeito, este crime veio incendiar a primeira semana da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de domingo 30 de junho.

As agressões horrizaram a França civilizada. Estes atos violentos ocorreram no sábado 15 de junho na comuna de Courbevoie, departamento de Hauts-de-Seine, na regiom da Ilha-da-França, na periferia de Paris.

A polícia francesa revelou detalhes do que classificou "um calvário" vivido por umha menina judia de 12 anos que nunca mais esquecerá o que lhe fizeram:

> No sábado 15 de junho umha menina de 12 anos passou a tarde com as suas amigas antes de ser levada para casa por umha delas. Ao atravessar o parque Henri Regnault, deparou-se com dous dos agressores, um dos quais conhecia vagamente, que lhe bloquearam o caminho e a obrigaram a segui-los até umha antiga creche abandonada. Um terceiro adolescente ter-se-á juntado a eles depois.

> Foi, entom, insultada, com ofensas antissemitas como “porca judia”, agredida fisicamente, fotografada e filmada – alguns dos vídeos terão sido partilhados em grupos nas redes sociais.

> Os agressores terão também mencionado a palavra Palestina durante o ataque, conforme os media franceses.

> Um dos adolescentes terá acendido um isqueiro junto à cara da menina, ameaçando queimá-la. 

> Foi também forçada a atos sexuais vaginais, anais e orais, e ameaçaram matá-la se contasse à polícia.

> Ainda a tentaram coagir a entregar-lhes 200 euros no dia seguinte, no mesmo local, sob a ameaça de que “algo de mau” poderia acontecer-lhe à sua família. Mais ainda, segundo a mai dela, a menina teve de "jurar por Allah que nom iria contar para ninguém".

> Abandonada no prédio abandonado, a menina regressou a casa e descreveu o horror que acabara de sofrer aos seus pais, que alertaram a polícia. A sua amiga, que estava presente quando os dous jovens a levaram, pôde fornecer umha descriçom pormenorizada dos suspeitos. As imagens de videovigilância também permitiram aos investigadores confirmar a presença dos três suspeitos nas imediações do local do crime.

Violada, agredida e alvo de insultos antissemitas de três putos, um de 12 anos e os outros dous de 13 anos, um deles o seu ex-namorado. 

Apesar das ameaças a vítima acabou por contar aos pais e a denúncia foi feita à polícia. Exames periciais realizados confirmaram a violaçom e os agressores foram identificados e estão detidos sob custódia desde o dia 18 de junho.

Os dous adolescentes de 13 anos foram indiciados violaçom coletiva, ameaças de morte, insultos e violência antissemita. O puto de 12 anos tem o estatuto de “testemunha de violaçom”, umha vez que nom terá participado nos abusos sexuais, estando também indiciado polos outros crimes.

Interrogados pola polícia, os agressores terão admitido as agressões e terão alegado que agiram por “vingança” porque o ex-namorado da jovem terá ficado zangado por ela nom lhe ter dito que era judiaDiante do juiz, os putos nom mostraram arrependimento, como se fosse algo totalmente normal.

A violência dos atos cometidos está a levar muitos franceses a pedirem que sejam julgados como adultos, apesar da idade.


O pai da menina descreveu o impato que o ataque teve na sua filha. O "choque fez com que ela tivesse flashbacks à noite. Ela tem dificuldade em adormecer e acorda à noite. É umha vida diária muito dolorosa", disse ele ao Le Parisien. "Os seus agressores roubaram a sua infância." O pai nom tem dúvidas de que se trata dum ataque antissemita e associou-o à “importaçom do conflito israelo-palestiniano para a França”.

A mãe da vítima disse que um dos agressores da sua filha lhe disse: "Eu sei que você nom é muçulmana... Entom, qual é a sua religiom?" Ela acrescentou que quando o agressor soube que a sua filha era judia, deduziu que ela devia ser pró-Israel e anti-palestiniana.

Os pais tamém informaram que a filha deles também sofrera ataques na escola, com saudações nazistas e brincadeiras sobre o Holocausto.

Arremessos entre a extrema-direita e a extrema-esquerda

A nova chocante da violaçom coletiva veio à tona no início  da campanha oficial das eleições legislativas antecipadas de domingo, monopolizando o debate político, num momento em que o partido de extrema-direita Reuniom Nacional (antiga Frente Nacional) de Marine Le Pen lidera as sondagens, com mais de 30% das intenções de voto. Se conseguir chegar ao governo, será o primeiro partido da extrema-direita a chegar ao poder na França desde a ocupaçom nazi (1940-44).

Nos últimos anos, o partido fundado polo pai de Marine nos anos 1970 a partir dum movimento neofascista, com integrantes dumha ex-milícia nazista, tentou esconder os seus laços históricos ao antissemitismo. Jean-Marie Le Pen foi condenado, várias vezes, polo discurso de ódio antissemita, e minimizou, em diversas ocasiões, o Holocausto.

"Indignos de fazer parte da nova Europa" pintavam os velhos antissemitas da FN num monumento às vítimas da Shoah num subúrbio de Paris em 1981. Hoje é o islamo-esquerdismo que vomita o ódio aos Judeus disfarçado de antissionismo, a versom políticamente correta do antissemitismo

Mas, agora, Marine Le Pen e umha parcela considerável da opiniom pública culpa a extrema-esquerda pola violaçom da criança e pola onda de antissemitismo que cresceu em França desde o ataque do HAMAS a Israel a 7 de outubro de 2023.

No alvo das acusações está o partido França Insubmissa (FI), da esquerda radical com praxe islamo-esquerdista. A legenda integra a coligaçom da esquerda Nova Frente Popular, junto com o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Europa Ecologia Os Verdes, formada especialmente para as eleições legislativas antecipadas.

Logo após o ataque islamo-fascista do HAMAS que deu início à guerra na Faixa de Gaza, alguns membros do FI recusaram-se a classificar o HAMAS como um grupo terrorista. Recentemente, mesmo o líder do partido, Jean Luc Mélenchon, também minimizou o problema do antissemitismo na França. 

O programa do partido centrista Renascimento, do presidente francês, Emmanuel Macron, que foi apresentado em conferência de imprensa na quinta-feira 20 de junho polo primeiro-ministro Gabriel Attal. Embora nom conte com nengumha proposta direta para combater o antissemitismo, o premier convocou as autoridades políticas “a erguerem barreiras ao antissemitismo”. Vários membros do governo, entre eles, o próprio Macron, lembram as declarações controversas dos membros do FI, e também as origens do partido Reuniom Nacional. 

No entanto, os líderes de hoje do Reuniom Nacional alegam que se desvencilharam do passado obscuro: 

> Numha publicaçom na rede social X, Marine Le Pen sublinha a “revolta” com a violaçom da menina e refere que houve um “aumento de 300% em relaçom aos primeiros três meses de 2023″ nos “atos antissemitas”. Marine acrescenta que a “estigmatizaçom dos Judeus durante meses pola extrema-esquerda, através da instrumentalizaçom do conflito israelo-palestiniano, é umha ameaça real à paz civil”. Assim, apela ao voto na Frente Nacional, notando que “todos devem estar plenamente conscientes disso” quando forem às urnas.

> O presidente da Frente Nacional, Jordan Bardella, já prometeu que se for eleito primeiro-ministro, vai “combater o antissemitismo que assola França desde 7 de outubro”. Também anunciou que o partido vai retirar o apoio a um dos seus candidatos nas legislativas, devido a umha mensagem antissemita publicada nas redes sociais em 2018.

> A sobrinha de Marine, Marion Marechal, do partido Reconquista que também é de extrema-direita, acusa igualmente a extrema-esquerda de “alimentar o ódio contra os Judeus da França, explorando o que está a acontecer na Palestina”.

À esquerda, o fundador e líder do França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, manifestou-se “horrorizado pola violaçom” e por tudo “o que ela destaca em relaçom ao condicionamento do comportamento criminoso masculino desde tenra idade, e ao racismo antissemita“, conforme escreveu no X, manifestando “solidariedade” para com a vítima e a família e apelando para que “nom transformemos este crime, ou o sofrimento que ele causa, num espetáculo mediático”. Note-se que o próprio Mélenchon chegou a ser acusado de antissemitismo no âmbito de comentários sobre a guerra em Gaza.

“Violada aos 12 anos porque é judia”, escreveu o primeiro-ministro Gabriel Attal no X, expressando o “horror” e a “revolta” perante “um ato monstruoso e abjeto”. Attal referiu também “a cólera” para com “aqueles que nos dividem” e fazem “conscientemente explodir os ódios”, salientando a “determinaçom” para combater o antissemitismo. “As palavras têm efeitos, as ideias têm consequências”, alertou também, deixando a esperança que os agressores sejam “julgados e condenados com a maior firmeza”, disse ele.

Milhares de pessoas sairam à rua

A violaçom coletiva à menina judia suscitou umha onda de indignaçom na França. Durante toda a semana, organizações judaicas convocaram protestos nas principais cidades do país. Na quinta-feira 20 de junho umha mobilizaçom que convocou milhares de pessoas foi realizada na Praça da Bastilha, com o apoio de várias asociações, entre as quais, a SOS Racismo e a Fundaçom das Mulheres. Também foram organizados novos protestos contra o antissemitismo.

Na sexta-feira 21 de junho, centenas de pessoas reuniram-se diante da prefeitura de Courbevoie, palco do crime. Presente no protesto, o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), afirmou que é “urgente soar o alarme” e “enviar umha mensagem à sociedade francesa” diante do antissemitismo.

Concentraçom junto da Prefeitura de Courbeville | Screenshot X/CRIF

Num balanço publicado em maio, o Instituto Francês de Opiniom Pública (IFOP) e a Fundaçom Pola Inovaçom Política apontaram que, desde o 7 de outubro de 2023 e a retaliaçom israelita na Faixa de Gaza, os atos antissemitas tiveram um aumento de 1000% na França. A aversom à comunidade judaica é verificada principalmente entre a camada mais jovem da populaçom: 35% dos entrevistados da faixa etária entre 18 e 24 anos acredita que esse sentimento é justificado devido à falsa ideia de que todo judeu apoia as políticas do governo de Benjamin Netanyahu.

Os crimes de ódio contra Judeus na diáspora nom estão a crescer por causa do governo de Israel: o governo de Israel é a desculpa usada polos antissemitas para cometer crimes de ódio.

A imprensa francesa recolheu depoimentos de Judeus e Judias nas manifestações contra o antissemitismo nesta semana na França. Membros da comunidade judaica denunciam ser frequentemente alvo de ameaças físicas e verbais. Muitas pessoas afirmam que estão a ocultar os seus sobrenomes para nom terem a sua religiom identificada. “Há gente que nos persegue”, diz a francesa Rebecca ao jornal Le Figaro. “Tememos polas nossas vidas. Tem quem diga que exageramos, mas vivemos um inferno cotidiano desde o 7 de outubro”, reitera.


Antissemitismo de origem islâmica na Europa

Durante anos, foi de facto política do Estado e dos meios de comunicaçom negar na França e em geral na UE, ofuscar e minimizar o antissemitismo e a violência sexual de origem islâmica abertamente racista que predominam nas comunidades de imigrantes.

Comecemos com um exemplo de reportagem precisa do ato de barbárie no Le Monde, o jornal de grande circulaçom lido polo establishment:

“O que aconteceu no sábado, 15 de junho, no subúrbio de Courbevoie, no noroeste de Paris? Na terça-feira, três adolescentes com idades entre os 12 e os 13 anos foram acusados, no âmbito dumha investigaçom judicial, de "violaçom qualificada, agressom sexual agravada, tentativa de extorsom, invasom de privacidade, ameaças de morte, violência e insultos, sendo estes dous últimos crimes agravados (...) por causa da filiaçom religiosa da vítima." Eles são suspeitos de agredir umha menina judia de 12 anos. A notícia atraiu fortes reações da comunidade judaica e condenaçom unânime dos políticos.”

O que é significativo é a flagrante omissom neste relatório "neutro" da identidade religiosa e étnica dos perpetradores em relaçom à identidade religiosa e étnica da sua vítima. O cerne da matéria. As crianças de 12 e 13 anos que se tornaram violadoras são condenadas e acusadas por unanimidade. A lei fará a sua parte. Há também umha condenaçom unânime e umha indignaçom justificada face ao aumento do antissemitismo na França. O presidente francês abordará o antissemitismo nas escolas. Tudo certo.

Mas desta vez será diferente? 

Diferente de todas as outras vezes em que os Judeus em França foram alvo de indivíduos e grupos que partilham umha identidade étnica e religiosa com os perpetradores? 

Essas identidades serão nomeadas? Analisadas? Responsabilizadas?

Onde é que as crianças de 12 e 13 anos aprenderam a odiar os seus concidadãos Judeus para cometerem um crime tão hediondo contra outra criança? 

O que lhes é ensinado na casa, nas suas comunidades, nos seus meios de comunicaçom, na mesquita e online sobre os Judeus em nome da sua religiom?

Os antissemitas brancos de extrema direita como o do velho Jean-Marie Le Pen foram condenados ao ostracismo na França e na Europa. Eles foram nomeados e envergonhados. A sua ideologia mostrou-se violenta e assassina. O antissemitismo de hoje, impulsionado polos islamistas, só será derrotado se os seus agentes também forem identificados e envergonhados. Os seus fundamentos teológicos devem ser expostos e rejeitados por unanimidade. Qualquer um que a defenda – escondendo-se atrás do antissionismo e das críticas a Israel – deve ser excluído da sociedade educada.

Quanto mais cedo esta questom for resolvida, mais credíveis serão as promessas de proteger as comunidades judaicas na Europa. Qualquer cousa menos do que umha autópsia completa do ódio étnico-religioso que reside nos corações e mentes de muitos nas comunidades de imigrantes muçulmanos da França é apenas mais um ritual vazio.


França tem a maior populaçom judia da Europa (aproximadamente 440 mil pessoas, os 0,67% da populaçom), mas também tem a maior populaçom muçulmana da Europa Ocidental (5,7 milhões, totalizando os 8,8% da populaçom), e este é um “caldo” especialmente tenso no momento atual, com o conflito entre Israel e HAMAS em Gaza, sem fim à vista.

Antissemitismo invertido

A IFOP entrevistou recentemente Judeus franceses e franceses em geral para a revista Le Point. Colocados perante a questom sobre que  formações políticas contribuem para o aumento do antissemitismo na França, umha esmagadora maioria de Judeus franceses (92%) contra 53% dos franceses em geral dizem que, de longe, é o partido FI de Jean-Luc Mélenchon com o seu islamo-esquerdismo quem mais está a contribuir. Seguem os Verdes (60% contra 28%) e a Frente Nacional (49% contra 51%). Paradoxalmente o antissemitismo do partido de Le Pen é percebido polos Judeus um pouco menos que polos franceses; isto é, para os franceses em geral e para os Judeus em particular, o perigo antissemita vem da esquerda.


Cultura da violaçom

Durante anos, a “cultura da violaçom” tem sido umha questom fulcral para o movimento feminista. Porém, estas mesmas feministas nunca reconhecerão que o seu silêncio, minimizaçom e negaçom em relaçom à violência sexual de 7 de outubro contribuiu para umha cultura onde aqueles rapazes franceses se sentiram encorajados a fazer o que fizeram.

Desculpem, mas nós acreditávamos viver numha sociedade civilizada onde a violaçom de umha menor, pior a violaçom com cariz racista dumha criança de 12 anos, mereceria condenaçom geral e inequívoca. O silêncio do esquerdismo dito de feminista e de woke é cúmplice dessa barbárie.

Fonte: Libération


Este episódio é umha triste consequência da agit-prop permanente de certos sectores políticos e sociais contra Israel e, por extensom, os Judeus. Os Judeus franceses estão com medo. Muitos já emigraram (mais umha vez). E quem fica esconde-se, como essa menina que nom se atreveu a contar ao namorado que era judia, como se fosse um pecado que deve ser escondido.

Os atos de antissemitismo triplicaram na França nos primeiros meses de 2024 em relaçom a 2023. Agora, ao racismo tradicional da extrema-direita chauvinista, juntou-se o antissemitismo da choldra  do Mélenchon (disfarçado de antissionismo como em todo o lado, na Galiza também) e o do islamismo radical (jihadista). 

O crime cometido contra esta menina de Courbevoie por três rapazes da mesma idade mostra o pior da conjugaçom da violência sexista com o ódio racial, ambos transmitidos dumha geraçom para outra.  Qualquer medida tomada chega tarde de mais.

Faltam dous meses para a comemoraçom do 80º aniversário da libertaçom de Paris. Assediados por um antissemitismo desbocado, umha atmosfera de terror paira sobre as Judiarias da Europa. Contrariamente às trevas do período nazi-fascista, nos dias de hoje a principal ameaça coloca-se nos discursos de ódio das esquerdas ditas de anti-imperialistas e de antissionistas, os novos vetores transmissores do vírus da peste antissemita de teor islamo-fascista.

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