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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

ISRAEL VÍTIMA DO SEU PRÓPRIO SUCESSO: RESTRIÇÕES SOM CONTESTADAS

 Na quinta-feira 25 de fevereiro foram registados 3782 novos casos de Covid-19, com 5,6% de testes positivos, bem como um nível decrescente de 738 pacientes graves (238 com ventiladores). O número de mortes subiu para um total de 5.694. 


Um total de 7,92 milhões de Israelitas, os 91,55% da populaçom, já foram vacinados (4,650 com a primeira dose e 3,2 milhões as segundas). Na quarta-feira o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, delineando os próximos estágios do programa de vacinaçom para a Covid-19 de Israel, previu que toda a populaçom adulta deveria ser vacinada durante março ou início de abril. “Acho que as vacinas para crianças serám aprovadas entre os meses de abril a maio”. As duas grandes empresas estám a trabalhar numha versom para crianças de no mínimo 12 anos a em tipos adaptados às mutações da Covid-19”, disse ele. “Há umha boa chance de que durante as férias de verão as crianças sejam vacinadas”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que "estamos a negociar dezenas de milhões de vacinas”.

Hoje pesquisadores da Inteligência Militar (AMAN) alertaram contra permitir que a recém-descoberta variante do coronavírus “Nova Iorque” chegue a Israel. A nova estirper é descrita como sendo rapidamente transmissível em comparaçom com outras variantes e ligada a casos de doentes reinfetados após se recuperarem do vírus. Os extensos laços entre Nova Iorque e Israel tornam esta ameaça substancial e todos os esforços som aconselhados para excluir a sua entrada.

Setores da populaçom contestam as restrições contra a pandemia

O estágio 2 da saída de Israel de seu terceiro confinamento no domingo 21 de fevereiro e a queda nos contágios foram saudados por umha avalanche aos shoppings reabertos enquanto as escolas se precipitaram para reabrir mais aulas. Pola primeira vez em semanas os novos casos caíram para menos de 2000, com umha taxa de positividade de 6,5%. Piscinas, academias e teatros voltaram, embora apenas para portadores de certificados de vacinaçom ou comprovante de recuperaçom da infeçom viral.

Mas as autoridades de saúde, embora encorajadas, estavam severamente preocupadas com a festa de Purim, que decorre na quinta, sexta e sábado, temendo que o bom trabalho realizado polo confinamento e pola vacinaçom fosse estragado polas tradicionais celebrações para crianças e adultos e as reuniões em sinagogas para a leitura cerimonial do Livro de Ester. Esses mesmos eventos de Purim desencadearam o primeiro surto sério de coronavírus em Israel há exatamente um ano. No entanto, os lojistas, embora ainda com os negócios fechados, foram pegos no domingo por clientes à procura dumha guloseima após meses de restrições.

Para evitar aglomerações o Gabinete do Coronavirus propôs restringir o recolher obrigatório noturno de quinta a domingo para evitar as aglomerações. Em consequência, na quinta-feira 25 de fevereiro, a polícia publicou um mapa dos seus planos para fazer cumprir o toque de recolher nos três dias de Purim. Dezenas de contróis policiais devem monitorar o tráfego de fim de semana nas estradas e nas cidades durante o recolher noturno. Para evitar o toque de recolher, dezenas de grandes festas ao ar livre foram realizadas em praias, mercados e locais naturais na quarta-feira à noite. Vários organizadores foram presos e multados.

Prevê-se, portanto, a apariçom dum surto durante os estágios finais da campanha eleitoral, impulsionado, também, polo motim montado polas autoridades locais e polas crianças contra o impedimento do seu retorno à escola.

Embora mais de um milhom de alunos do ensino primário pudessem voltar às aulas no domingo, os alunado intermediário de 7ª a 10ª nível, que ficaram confinados em casa o ano todo, nom puderam. Descontentes, promoveram marchas contra o regresso às aulas previsto para 7 de março, no quadro do estágio 2 da saída do confinamento. Isso deixaria apenas duas semanas de aulas antes do final do semestre e do feriado da Páscoa.

Em protesto, alguns alunos apareceram com os seus professores nos shoppings reabertos no domingo, onde deram aulas. Entom, na noite de domingo, os presidentes de 15 câmaras municipais, incluindo os presidentes das cidades mais ricas de Israel, declararam que também estariam de volta à escola na quarta-feira, duas semanas antes da data programada, em consideraçom às “dificuldades pedagógicas, sociais e mentais” causadas por umha teledocência prolongada. Essas aulas som lecionadas de acordo com as regras de saúde de pequenos grupos, duas ou três vezes por semana.

Outra forma de desafio foi diretamente responsável pola trágica perda de vidas. Umha mulher de 32 anos, mãe de quatro filhos, estava em gravidez avançada quando foi contagiada polo coronavírus e morreu no hospital. Os médicos nom puderam salvar seu bebê. Este foi o terceiro caso desde outubro. Descobriu-se mais tarde que ela fora influenciada por um movimento antivacinaçom estabelecido polo seu cunhado, que sustentava que os ensaios clínicos das vacinas dos fabricantes de medicamentos nom cobriam mulheres grávidas. Após a morte dela, ele abandonou o movimento. Enquanto isso, cerca de 70% das mulheres grávidas optaram por evitar a vacinaçom e 50 estám hospitalizadas com o vírus e 10 em estado crítico. Elas desafiaram o conselho das autoridades de saúde para que as gestantes fossem inoculadas, umha vez que o coronavírus é imediatamente perigoso, enquanto os possíveis efeitos colaterais da vacina som hipotéticos ou inexistentes.

O desafio e a quebra das regras também foram registados no Aeroporto Internacional Ben Gurion, onde apenas 35% dos 2.000 israelitas que retornavam permitidos por dia obedeciam à diretriz de dirigir para os hotéis em quarentena. O restante foi direto para casa, pagando aos inspetores a multa de 5000 shekels. O painel do Knesset disse que a diretriz de quarentena em hotéis, que se tornou umha zombaria, deveria ser anulada. O Ministério da Saúde recusou, sustentando que as chegadas do exterior estavam trazendo um novo zoológico de variantes Covid-19, após o plantio da cepa britânica que agora respondia por 90% da infeçom no país.

As comunidades ultraortodoxas, que geralmente se submetem aos seus rabinos, som um caso especial. Desde o início da pandemia, eles apresentaram umha resposta mista às diretrizes de saúde emitidas polo governo. Enquanto alguns obedeceram, outros mantiveram as suas escolas e seminários abertos como de costume, sofrendo altos níveis de infeçom e mortalidade. Os seus líderes rejeitaram as reclamações de que som focos de infeçom em todo o país, enquanto ao mesmo tempo voltaram recentemente para se vacinar.

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