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terça-feira, 19 de novembro de 2013

BORBA

Cidade portuguesa no Alentejo, com 4.500 habitantes.

No contexto da Reconquista cristã da península, Borba foi tomada por D. Afonso II aos Mouros em 1217. Para o seu povoamento e defesa, o soberano doou estes domínios à Ordem de São Bento de Avis, determinando a construçom do castelo.

Compreendida no território lindeiro disputado com Castela, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), Borba passou de vez para a posse de Portugal em virtude da assinatura do Tratado de Alcanises (1297). Devido à sua importância estratégica, este soberano concedeu-lhe foral (1302), época em que lhe ordenou o reforço das defesas (foral confirmado no séc. XVI por D. Manuel I).

O crescimento da vila nos séculos XIV e XV, proporcionado pola feira franca e polo comércio de capitais e produtos, atraiu umha comunidade de Judeus. Esta comunidade era constituída por indivíduos que se instalou no centro urbano, vivendo do câmbio, do empréstimo a juros e dos ofícios, tal como sapateiros, ferreiros, correeiros, oleiros, etc., distinguindo-se assim da maioria da populaçom cristã que se dedicava à agricultura. Sobre a comunidade judaica de Borba pouco ou nada se sabe para além da sua existência documentada.

A localizaçom da judiaria surge, à luz dos dados atualmente conhecidos, bastante problemática. Partindo do pressuposto que a comunidade judaica se instalou após o século XIV atraída polo comércio proporcionado pola feira franca entom é aceitável que a Judiaria de Borba estaria fora do perímetro urbano da época. Esta hipótese é atestada por um documento datado de agosto de 1448 em que se apreendeu "as casas de morada do dicto Judas Pemço e de Samuel Pemço seu padre e fiador aas dictas sysas quessom no arravalde da dicta villa de Borba na judiaria que foram avalhadas em dous mill rreaaesbramcos". Isto permitira localizar a judiaria no arrabalde da vila e fora do perímetro urbano da época

Porém um outro documento, datado de setembro de 1442, localiza a Judiaria de Borba junto dumha porta da muralha: "huumas casas na Judiariade Borba, jumto com a Porta, de Samuell Peemço, em dous mill rreaees"Assim sendo, seguindo o modelo da Judiaria de Portel, a Judiaria de Borba situar-se-ía no lado oposto à malha urbana que se desenvolveu em direçom a Estremoz, ou seja, junto do alçado Sudeste da muralha. Nesse lado existia um único arruamento, a Estrada de Vila Viçosa, próxima da atual Rua de São Sebastião, denominada desta forma devido à Ermida com a mesma evocaçom construída no século XVII (chamada "das Flores" antes da construçom da referida ermida). Este seria o local da sua situaçom.

A Judiaria de Borba foi abandonada no século XVI e arrasada no XVIII com o plano urbanístico da vila que reformou o seu lado oriental.

A existência da Sinagoga de Borba é referida no século XV, nas confiscações que D. Afonso V fez aos Judeus para pagar as suas dívidas e na doaçom, datada de fevereiro de 1482, feita a Gomes de Figueiredo dos direitos reais da Judiaria de Borba. Também se sabe que as sedas desta comunidade apreendidas em 1442 e 1444.

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