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domingo, 20 de outubro de 2013

BEMPOSTA

Freguesia transmontana com cerca de 600 habitantes que pertence ao município de MogadouroFoi vila e sede municipal entre 1315 e o início do século XIX e com umha populaçom muito maior à atual.

presença judaica nesta aldeia é histórica, no entanto nom está tam visível como nas outras freguesias do concelho. Embora nom está estudado o local da Judiaria de Bemposta, pode-se observar um pequeno bairro que pertenceu a famílias judaicas, onde as casas estariam todas ligadas entre si, através de portas secretas, sendo que umha destas casas é identificada como tendo pertencido à família judaica de apelido “Pereira”, apelido este muito usado nas famílias de judeus conversos e cristãos-novos. 
Quarteirom com casas ligadas entre si de Bemposta. ANA PINTO
Também podem ver-se lá cruciformes, vãos das portas e janelas rasurados, embora nalguns casos já pouco percetíveis.

ANTERO NETO
Existem várias cartas que documentam o pagamento de certa tença anual polos moradores de origem hebraica. A mais antiga diz respeito a dona Mécia de Melo "em satisfaçom de contentamento da judiaria de Bemposta, mercê, seus herdeiros, que era outro tanto quanto se achara que a dita judiaria rendia".

Noutras cartas há sumários das que o rei fez mercê a Fernando Vaz de Sampaio de 900 réis de tença de juro e herdade no Almoxarifado da Torre de Moncorvo, em satisfaçom da judiaria da Bemposta.


Com os acontecimentos de 1383 muitos judeus optaram polo caminho do exilo, receosos do clima politico que se vivia em Portugal perdendo os seus bens. Uns dos beneficiados foi o fidalgo transmontano Vasco Pires de Sampaio, que viria a ser senhorio de Bemposta e recebeu em Vila Frol os bes móveis e de raiz do judeu Abrafan Rico.


Durante o reinado de Manuel I ordenou-se a expulsom e perseguiçom dos Judeus apenas permitindo continuar a morar em Portugal aqueles que se convertessem ao cristianismo, os chamados cristãos-novos. Foi criada a Inquisiçom e removido o Núncio que protegia os judaizantes (judeus que continuavam fieis à sua cultura religiosa). 

As Estrelas de David foram retiradas das fachadas das casas ou escondidas e as suas tradições e práticas religiosas som feitas em segredo e  núcleo restrito.

Existem na Torre do Tombo cartas que comprovam a presença judaica em Bemposta bem como umha judiaria. Num quadro de perseguiçom religiosa, em 1674 Dom André, vispo de Miranda, à que pertencia Bemposta, assina umha petiçom em nome dos bispos portugueses, levada por umha representaçom ao Santo Padre Clemente X contra os Judeus. No Auto de 4 de fevereiro de 1685 pola Inquisiçom de Coimbra, foi julgada Brites Lopes, viúva de Manuel Ribeiro, cardador natural da Bemposta.


Os apelidos mais vulgares na populaçom de Bemposta como de origem judaica som: Antunes, Campos, Cardoso, Lopes, Martins, Mendes e Oliveira. No entanto, nas relações correntes conhecem-se mais facilmente por alcunhas que polos seus nomes e apelidos. Estas alcunhas, transmitidas de pais a filhos, som nomeados de família e, entre os quais: Canhas, Côdeas, Escupe, Fafai, Gandim, Moca e Porrudo. Nos patronímicos som vulgares os de origem bíblica (Moisés, Elias, Isaias, David, Daniel, Judite, Raquel, Sarah, Anaisa, Lia,...).

Informações tiradas de: http://www.bemposta.net/ e do trabalho JUDEUS, JOIA DA COROA TRANSMONTANA - PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA ROTA CULTURAL DOS JUDEUS EM TRÁS-OS-MONTES de Ana Catarina Pinto (2015).

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