sexta-feira, 21 de novembro de 2014

DE GAZA A CATALUNHA: A INSOFRÍVEL HIPOCRISIA DA EUROPA

Michael Freund

No passado sábado, Federica Mogherini, a chefa da política exterior da UE estabeleceu um novo recorde mundial de presteza e duplicidade diplomática. Mal sete dias após asumir o seu novo posto, a ex-ministra italiana dos Negócios Estrangeiros apressou-se a realizar umha visita a Gaza e Ramallah, onde apelou para a divisom de Jerusalém, denunciou a construçom de habitações para Judeus em Judeia e Samaria e teimou no estabelecimento dum Estado palestiniano.

Reunindo toda a arrogância moral da que os diplomatas europeus tanto gostam, ela nom hesitou em dar palestras em Israel como se ela conhecesse melhor do que o Estado judeu quais devem ser os nossos interesses nacionais. Enquanto os mortos sírios som jogados como o lixo nas ruas de Aleppo, o Estado islâmico está ocupado na decapitaçom de Curdos e cristãos no Iraque ou as mulheres sauditas devem lutar para serem autorizadas a conduzir carros, Mogherini parece ter apenas um assunto na cabeça quando vem ao Próximo Oriente. Ela apenas se interessa com Israel.

Esta é a hipocrisia de primeira ordem europeia, revoltante no seu escopo e magnitude. É tempo de pará-la!

Como o continente que mais sangue judeu derramou nos últimos 2000 anos, a Europa tem umha responsabilidade especial e umha obrigaçom moral de suportar Israel.

Sim, com certeza! Leu bem: a Europa tem umha dívida com Israel.

Os Europeus têm umha dívida eterna a pagar ao povo judeu polas matanças, massacres, libelos de sangue, antissemitismo, conversões forçosas, expulsões, Cruzadas e Inquisições que cometeram com os nossos antepassados durante dous milénios.

Tudo isso pode soar como história antiga a Mogherini e os seus colegas, que, provavelmente, nom vejam o que isso tem a ver com Israel, convencidos em criar um Estado palestiniano.

Assim, destaquemos um exemplo mais recente da hipocrisia europeia, que está mais perto da casa Europa e que se encontra no próprio quintal da Europa: Catalunha.

No passado domingo, milhões de homens e mulheres na regiom norte-oriental de Espanha realizaram um histórico berro de liberdade. Desafiando corajosamente brutais ameaças e a intimidaçom de Madrid, mais de dous milhões de Catalães participaram num referendo sobre a independência, exercendo pacificamente o seu direito fundamental de decidir o seu próprio futuro.

E os resultados foram decisivos. Mais dos 80% de votantes apoiaram a independência da Catalunha da Espanha, o que incitou o líder catalão Artur Mas para declarar que a votaçom "deixou muito claro que queremos governar-nos nós próprios".

"Merecemos votar num referendo legal e obrigatório", declarou Mas, acrescentando: "Eis o que vamos fazer".

Porém, curiosamente, os anseios de independência dos Catalães nom parece interessar ao resto da Europa tanto como os dos Palestinianos, embora os primeiros possuam umha melhor história para terem o seu próprio estado.

Para começar, existiu um Estado catalão no século XVII, embora por um breve período de tempo, enquanto nunca houve um Estado da Palestina independente em toda a história. Mesmo se considerarmos que os árabes-palestinianos vivem sob ocupaçom desde 1967, a Espanha ocupa a Catalunha desde há 300 anos, tornando-a num conflito mais longo. A justiça atrasada é justiça denegada.

Diferentemente dos árabes-palestinianos, os Catalães podem legitimamente aspirar a ser umha naçom com língua e cultura próprias, os árabes-palestinianos nom.

No entanto, isto nom parece perturbar a ninguém na Europa, que ignora completamente o caso catalão que demanda um Estado enquanto defende o dos árabes-palestinianos.

Para mais ironia, o parlamento espanhol de Madrid, o mesmo que nom tolera a liberdade da Catalunha, prepara-se para votar o reconhecimento da "Palestina" como um país independente!

Isto apenas prova que quando se tratar de Israel a máxima da política da Espanha é: "faz o que nós dizemos, nom o que nós fazemos".

Gostaria de pensar que o novo ímpeto europeu para reconhecer um Estado palestiniano provém da ingenuidade, dalgumha crença errada de que, de algum jeito, isto irá servir para atenuar a ameaça do extremismo islâmico. Mas talvez simplesmente se apiedam na ignorância e na crença certa de que os Palestinianos som a parte aflita no conflito com Israel.

Mas eu sei bem, e espero que o saibam. A hipocrisia é tam parcial e flagrante que nom pode nem deve ser ignorada.

Infelizmente ao que assistimos agora é à continuaçom do maltrato europeu aos Judeus, mas com umha nova focagem. Depois de tudo, durante 2000 anos, os Europeus dizeram aos Judeus para abandonar e "ir para Israel". 

Agora que finalmente estamos cá, querem que o abandonemos e que o entreguemos aos nossos inimigos.

Porém, quando se tratar dumha disputa antiga no coraçom da Europa, nom pensam mesmo em sugerir umha divisom de Barcelona ou a criaçom dum Estado catalão que viva lado a lado com Espanha em paz e segurança.

Entom talvez seja hora de que alguém pegue em Mogherini de lado e educadamente lhe sussurre na orelha: antes de começar a oferecer conselhos nom solicitados em Israel, a senhora deveria talvez de pôr em ordem na hipocrisia da sua própria casa.

Neste artigo de opiniom, Michael Freund, diretor de comunicaçom do Escritório do Primeiro-Ministro de Israel, B. Netanyahu, denuncia a dupla moral da nova comissária europeia de Negócios Estrangeiros, a italiana F. Mogherini, ao promover o reconhecimento do estado palestiniano enquanto ignora o clamor do povo catalão.

Fonte: http://www.michaelfreund.org/15630/europe-hypocrisy

Traduzido para o galego-português por CAEIRO.

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