terça-feira, 2 de abril de 2013

O BNG ADERE-SE AO MOVIMENTO BDS


Na sua XIV Assembleia Nacional, celebrada a 17 de março de 2013, o BNG aprovou umha resoluçom pola qual essa organizaçom se adere à campanha da sucursal galega do BDS como mostra da sua posiçom "contrária a qualquer modo de opressom nacional".

Longe de mostrar-se em prol dumha soluçom política do conflito israelo-árabe e do reconhecimento do direito inalienável à autodeterminaçom dos povos palestiniano e judeu, o esquisito contributo do nacional-comunismo representado polo BNG à chegada da paz ao Próximo Oriente é animar "os seus militantes a praticarem o boicote nom comprando produtos etiquetados como made in Israel (código de barras 729)".

« Alemãos! Defendam-se! Nom comprem aos Judeus ! »
« Deutsche ! Wehrt euch ! Kauft nicht bei Juden ! »

Campanhas como esta nom deixam de lembrar ao boicote antissemita organizado polos nazistas na Alemanha em abril de 1933, pouco depois de chegar ao poder. 

Com efeito, no Dia da Mentira de há 80 anos, os membros das SA, da SS e do Stahlhelm (associaçom de antigos combatentes alemãos) postaram-se de forma ameaçadora diante das empresas de propriedade de judeus ou de escritórios de advogados ou médicos judeus, portando sinais com slogans antissemitas como ALEMÃOS! Nom comprem em lojas e comércios judeus!. De modo pacífico, -a açom é coordenada polos órgãos centrais do partido nazista-, os membros da SA contêm-se de usar ameaças e intimidações, ainda que em muitos lugares quebram montras, saqueiam bens, prendem contestatários ou malham os proprietários dos comércios.

Noam Chosmky e Norman Finkelstein, intelectuais de esquerda judeus, postos amiudamente como exemplo de judeus contrários ao sionismo e de compromisso com os direitos humanos dos palestinianos, têm expressado a sua oposiçom a esta campanha do BDS.

Por um lado, Noam Chomsky afirmou em 2011 que embora apoie o "boicote e desinvestimento das empresas que estám a realizar operações nos territórios ocupados", umha campanha que alveja a Israel só pode ser qualificada como antissemitismo e "infelizmente isso é com justiça". Contrariamente, segundo ele a campana do BDS prejudica "todo o movimento. Prejudica os palestinianos e é umha prenda para os extremistas israelitas e os seus apoiadores estado-unidenses", porque a "hipocrisia do BDS é tam transparente... porque nom boicotar os Estados unidos?... Os crimes israelitas som um fragmento dos crimes dos EUA, que som muito piores". Ele também argumentou que o povo palestiniano nom suporta boicotar a Israel e que o movimento BDS é dirigido "por umha ONG dum só homem" que falsamente diz repesentar o povo palestiniano. Na mesma entrevista ele também criticou o fundador de BDS Omar Barghouti, por defender um boicote total de Israel, apesar de ter estudado na Universidade de Telavive. Chomsky apoia oficialmente um boicote mais focado em empresas que estám a participar diretamente da ocupaçom da Cisjordânia, mas nom um boicote a todo Israel.

Norman Finkelstein, um outro duro crítico da ocupaçom ilegal do território palestiniano por parte do Estado de Israel, também expressou umha crítica com o BDS. Ele disse que BDS tem as "táticas de direito", mas que precisa ser "explícito no seu objetivo" e que "o objetivo tem de incluir o reconhecimento de Israel, ou nom vai atingir o público". Ele é hostil ao movimento BDS na sua forma actual, rotulando-o de "culto hipócrita e desonesto" liderado por "gurus desonestos" que querem "aplicar a lei seletivamente" e tenta colocar-se habilmente como defensores dos direitos humanos, enquanto o seu objetivo verdadeiro é a destruiçom de Israel. Além disso, ele disse: "Eu estou ficando um pouco irritado com o que eu acho que é um monte de asneira. Eu nom vou tolerar a patetice, a infantilidade e um monte de posturas esquerdistas. Detesto a desonestidade. Nós nunca vamos ouvir um apoio do movimento de solidariedade à soluçom de dous Estados". De resto, Finkelstein afirmou que o movimento BDS teve um sucesso muito fraco e, que como um culto, os seus líderes fingem que é um enorme sucesso quando na realidade o público em geral rejeita os seus pontos de vista extremos.


Ao igual que o boicote aos produtos judeus de 1933, concebido por Adolf Hitler para canalizar as pulsões antissemitas da base militante nazista numha açom concreta, este tipo de campanhas -que Noam Chomsky nom duvida de qualificar de antissemita- servem de abrigo para os antissemitas de hoje. Os antissemitas doutrora som os antissionistas de hoje bem como o judeu eterno é corporificado por Israel, que, como aquele, deve ser destruído.

Sem comentários:

Enviar um comentário