quarta-feira, 3 de abril de 2013

COMO O BOICOTE A ISRAEL SE TORNA EM BOICOTE À PALESTINA


Idan Raichel é um cantor israelita que com o seu The Idan Raichel Project, ele e outros artistas locais, entre os quais músicos palestinianos, e de muitas diferentes procedências, cantam canções em diversos idiomas de vários estilos musicais.

No quadro do programa "Sons", patrocinado polo Concelho de Compostela, o cantor Idan Raichel programou um concerto no Auditório da Galiza da capital galega no sábado dia 11 de fevereiro de 2012.

Dias antes os ativistas galegos da campanha polo Boicote, os Desinvestimentos e as Sanções a Israel anunciaram umha concentraçom ante o concerto do cantor israelita como ato de "repulsa à presença do músico sionista".

Esta era umha ocasiom de ouro, achavam os estrategas do BDS-Galiza, pois a poucos metros das suas moradas podiam combater à vez o sionismo, o imperialismo e os genocidas do povo árabe e foi assim que organizaram a algazarra "o mais festiva possível", polo que esperavam "que todos aqueles que se unam ao protesto tragam a sua capacidade artística (instrumental, teatral, lúdica…) para entre todas unir-nos à festa contra a limpeza étnica".

Porque, segundo estes guerreiros pacifistas do boicote a Israel, os concertos de Idan Raichel som "promocionados polo Ministério dos Negócios Estrangeiros, fazem parte da campanha oficial Brand Israel, umha iniciativa com que o estado sionista tenta disfarçar a cruel realidade da ocupaçom, o racismo, a limpeza étnica a que submete o povo palestiniano".


E foi assim que estes "donos da verdade com apitos estridentes" se postaram diante do Auditório da Galiza "a berrarem que aqueles músicos eram genocidas". Segundo João Guisan Seixas, testemunha dos acontecientos "Nom passavam dumha dúzia de pessoas, mas cobriam as arcadas de entrada do auditório com enormes faixas e amplificavam os seus berros com altifalantes, a exercerem uma violência moral sobre as pessoas que queriam aceder à sala, diante a presença muda da polícia, que parecia nom estar disposta a atuar até que a violência moral nom se convertesse em física". Vi, -disse Guisan Seixas- "alguns rostos aflitos, entre o público que acudia. Rostos de dúvida se entrar ou nom entrar. Rostos de medo, polo menos ao que dirám. Os donos da verdade faziam engenhosas rimas entre “sionistas” e “terroristas”. Nós, como já tínhamos pago os 12€ do bilhete, entrámos na mesma, julgando que íamos ser degolados ou gaseados. Mas saímos dali mais vivos do que entrámos".

Com um comportamento comparável ao dos piores genocidas, ao do Apartheid da África do Sul ou num espectáculo muito parecido com as grandes demonstrações de massas da Alemanha nazi, Idan Raichel interpretou na capital galega vários temas acompanhado por Najla Shami, umha cantora galego-palestiniana vizinha de Compostela, que interpretou junto do cantor israelita umha cançom em árabe e em castelhano.


Idan Raichel tocando junto à cantora Najla Shami
Paradoxalmente afinal esses pretensos amigos dos palestinianos da BDS-Galiza que tentaram boicotar o ato acabaram, de facto, tentando impedir que umha cantora palestiniana cantasse

Segundo Guisan Seixas "que cantasse com um músico israelita e se abraçasse a ele, e que ambos demonstrassem, nesse gesto, que o convívio é possível, e que a vida e a felicidade dos seres humanos concretos que habitam Israel e a Palestina é muito mais sagrada do que qualquer fronteira e qualquer preconceito ideológico, e que isso só é possível desde a colaboraçom e o entendimento, e nom desde a incitaçom ao ódio que os donos da verdade, e da porta do Auditório da Galiza, praticavam".

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