quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

LÉON BLUM, O SIONISMO E ISRAEL



Léon Blum (1872-1950) foi o primeiro judeu a dirigir umha potência ocidental e o primeiro socialista na França a ocupar o cargo de primeiro-ministro. Dirigente da Secçom Francesa da Internacional Operária (SFIO, Partido Socialista), foi presidente do Conselho de Ministros francês por 3 vezes: em 1936-1937, em 1938 e em 1946. As reformas levadas a cabo no seu segundo primeiro governo marcaram socialmente a Europa, nomeadamente a atribuiçom do direito a férias pagas, as primeiras mulheres a exercerem funções governamentais, fixaçom da jornada de trabalho, etc.


Constantemente absorvido pola política interior francesa, Léon Blum foi, ao longo da sua vida política, um simpatizante ativo do sionismo, nom vendo nisso "qualquer choque possível na sua tripla qualidade de Socialista, de Francês e de Judeu". 

Em 1919 el intervém para influenciar a posiçom diplomática francesa sobre o "Lar Nacional Judeu" autorizado na Palestina polas autoridades inglesas.

Desde a década de 1920 ele estava ligado ao líder sionista Haïm Weizmann que se iría tornar no primeiro Presidente do Estado de Israel em 1948. Ao pedido de Weizmann, ele amiúde interviu para favorecer a imigraçom judia para esta terra que se chamava entom Palestina durante o mandato britânico. 

Em 1925 ele aderiu ao Comité França-Palestina, sucessor da Liga dos Amigos do Sionismo criada oito anos antes, juntamente com figuras políticas como Raymond Poincaré, Aristide Briand. 

Em 1928 em cooperaçom com grandes dirigentes inspirados como Arthur Rubinstein e Eduard Bernstein, ele cria o "Comité Socialista para a Palestina".

Em 1929, durante o XVI Congresso Sionista em Zurique, comemorando o 25º aniversário da morte de T. Herzl, fundador do movimento sionista, Léon Blum entra no Comité alargado da Agência Judaica como represenante da Esquerda nom sionista e toma a palavra para fazer um discurso muito aclamado no que exalta o espírito do povo judeu.

Em 1937 aceita que o seu nome seja dado a um kibbutz da Galileia: Kfar Blum (a vila de Blum) em homenagem ao contributo à causa sionista do Presidente do Conselho da Frente Popular.

Em novembro de 1938, ao pedido das organizações sionistas, ele pronuncia perante a LICA umha acusaçom contra a doutrina hitleriana.

Depois da Segunda Guerra mundial, ele é, nas suas funções políticas e governamentais, um artífice ativo do reconhecimento de Israel no plano internacional.

Durante umha viagem oficial que ele fez aos EUA em 1946, Léon Blum pronuncia um discurso de grande importância perante a comunidade judia de Nova Iorque.

"... Para mim, eu sou velho, e nom irei tocar a terra prometida. Eu nom verei a uniom perfeita dos povos na justiça e na paz. Eu nom vou ver, segundo a imagem do poeta, as nações sentadas à volta do seu lar comum, "como irmãs ao redor do coraçom", mas o que faz a nobreza do home é prever, é esperar, é antecipar, é travalhar para umha obra que ele nom vai contemplar acabada e da que ele nom tirará proveito...".

Em 1947 intervém perante os dirigentes trabalhistas ingleses para obter na Palestina umha decisom favorável aos sionistas. Em 24 de novembro de 1947 escreve-lhe umha carta a Georges Bidault, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, para demandar um voto favorável da França para a criaçom do Estado judeu.

Ele participa também na construçom da estreita aliança diplomática, económica, militar e tecnológica que liga a França da IV República com o Estado hebraico.


No fim da sua vida ele confiou aos seus próximos que três homens o impressionaram particularmente: Jean Jaures, Lucien Herr e Haïm Weizmann. Numha homenagem a este estadista israelita Léon Blum disse:

"Judeu francês, nascido na França duma longa série de antepassados franceses, que apenas fala a língua do meu país, alimentado principalmente da sua cultura, tendo recusado a deixá-la no momento em que eu corria o maior dos perigos, porém, eu participo no esforço admirável milagrosamente transportado do plano do sonho para o plano da realidade histórica, que assegura umha pátria digna, igualmente livre para todos os judeus que nom tiveram como eu a boa sorte de a encontrar no seu país de origem. Eu segui esse esforço desde que o Presidente Weizmann mo fez entender. Eu sempre me senti orgulhoso disso e sou mais do que nunca solidário com isso".

Retrato de Léon Blum num selo dedicado a ele polo Serviço Filatélico de Israel



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